Eu poderia dizer que tinha uma vista
privilegiada. Em uma terra carente de natureza, eu tinha uma vista de onde poderíamos
ver o pequeno bosque. Peguei a xícara de café que havia acabado de passar e
sentei na varanda para ver o sol se por.
Sentia
sua presença por detrás de mim. Suas mãos tocando levemente meus ombros, um
gesto simples para me mostrar o que estava presente. Depois disso, ouvi a
pequena poltrona sendo arrastada e posta ao meu lado.
Juntos.
Era assim que costumávamos passar os dias. Todo dia, ao nascer e pôr do sol. Eu
tinha consciência de que nem todos têm a sorte de encontrar um parceiro que
seja seu porto seguro e ao mesmo tempo seu maior incentivador. Ele me fazia
enxergar qualidades em mim que eu desconhecia.
Suspirei
alto assim que a noite foi chegando. Eu
lembro de quando brincávamos de justificar algumas pequenas situações que nos aconteciam.
As vezes encontrávamos respostas tão bobas, que não éramos capazes de fazer
outra coisa senão rir.
Aprendi,
com o peso dos anos, que nem tudo podemos justificar. Há acontecimentos que não
parecem de uma explicação. E por mais que me doesse, não tê-lo mais aqui senão
nas doces lembranças, eu sabia que nada podia ser feito.
Este texto faz parte do jogo Imagem & Palavras. O objetivo era fazer um texto com a palavra Justificar.