Dica de série: Atypical
Hey queridões, como vão?
Eu gosto de começar minhas matérias sempre de forma diferente, seja com perguntas ou não. Hoje é com esse gif que resume bastante a série que falaremos hoje:
A série Atypical vai contar a história de um menino autista de alta performance, o Sam, que deseja namorar. Ué, seu melhor amigo arranja várias namoradas, as pessoas ao seu redor também possuem. Porque ele não poderia? E aí começam os grandes impasses da série.
A mãe de Sam, bem super protetora, não acha que seja uma boa ideia. Primeiro, porque ele se apegaria fácil a alguém que poderia não estar mais presente de uma hora para outra. Segundo, ele não teria condições emocionais de lidar com os dilemas amorosos que poderiam surgir.
Já a psicologa de Sam acredita - e o incentiva - que ele conseguirá. E mais, ela diz que somente 3% , aproximadamente, dos autistas (não consegui confirmar esse dado, mas imagino que seja real) são casados. Isso é reflexo de suas dificuldades de socialização ou da super proteção de seus familiares? (Já vimos esse debate em uma novela da Globo, há alguns anos).
Com o apoio de seu pai e do seu melhor amigo, Sam não desiste. Para Sam, tudo é muito metodológico. Então ele anota todas suas dicas, pesquisa dicas de paqueras, como a importância de sorrir. E estuda também o tamanho que deve ser seu sorriso.
Atypical foi uma série que me conquistou fortemente. Sam é carismático, com todo os seus jeitinhos particulares. E acredito que a série se torne bacana para criar mais empatia. Vamos ver Sam sofrer bullying, onde os garotos zombam dele por esse seu jeito metodológico.
Vamos ver discussões abertas sobre acessibilidade. Porque sejamos sinceros, nós pensamos na acessibilidade de deficientes mais falados: surdos, cegos, cadeirantes... Mas quantas vezes você pensou no garoto ou garota autista que não conseguiria ir naquela loja no shopping por conta das luzes fortes e da música? Ou que não frequentaria as festas da escola (ou outras festas?).
Eu lembro de já ter estudado com um menino nas mesmas condições e dele ter saído da escola por não se adaptar. Meu irmão estuda com um.
É uma série que te fará rir em alguns momentos, outros te fará chorar em outros. Te fará refletir sobre muitas coisas. A fotografia dela está bem bonita. Ela é bem curtinha e está disponível na Netflix.
Fiquem com o trailer:
Já conheciam?
Beijos!
2 Comments
Muito boa sua resenha! Tanto quanto a série. Mal posso esperar pela próxima temporada.
ResponderExcluirUma coisa que realmente me chamou muito a atenção nessa série (e com relação ao autismo, de modo geral) é o fato de que Sam é incapaz de mentir sobre suas opiniões ou dissimular seus sentimentos (o que de fato ocorre com a maioria das pessoas nos espectros do autismo). Isso me faz pensar o quanto somos falsos. Como nossa sociedade é plenamente alicerçada na mentira e na dissimulação. Quando vemos as situações "engraçadas" da série que mostram Sam falando e fazendo coisas que são desaprovadas pela sociedade, eu percebo que no fundo elas fazem todo o sentido. Por exemplo: por que dizemos a alguém que gostamos da roupa dela se, na verdade, nós achamos aquilo horrível? Ou seja, porque a verdade é tão inaceitável em nossa sociedade? Por que as relações sociais só parecem se sustentar a medida que mentimos e escondemos o que de fato sentimos e pensamos?
Em meio aos "típicos", os autistas são vistos como "deficientes". Mas talvez a real deficiência esteja na forma com a qual construímos nossa sociedade.
Oie Fabiano!
ExcluirVocê disse tudo! Realmente estamos cercados de falsidade e toda vez que tentamos andar fora dessa linha, somos julgados. Eu aprendi, desde cedo, que os "deficientes" são aqueles que mais tem a nos ensinar. Talvez sejam eles que vivem de um modo mais certo, não é?
Beijo!